sábado, 23 de janeiro de 2010

Plano Real completa 15 anos com moeda estável

Nenhum país consegue encontrar espaço significativo na macroeconômica sem ter uma moeda forte para transações. A inflação corrói o Estado e impede investimentos. Uma população com o dinheiro confiscado não financia a sociedade. Todas essas máximas econômicas foram amplamente debatidas e geraram o plano Real em 1994. Atualmente, a moeda se depara com novos desafios, como desvalorização cambial e uma possível fusão com o Mercosul.

O sociólogo Fernando Henrique Cardoso em 1993, então ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, encaminhou à presidência estudos realizados pela PUC do Rio de Janeiro visando mudanças no setor público, privado e monetário. Tal ato lhe rendeu o mandato de chefe de estado nas eleições seguintes além de significativo crescimento econômico no país. “Não existe nenhum movimento na economia que não seja norteado pela política”, afirma a historiadora Maria José Barreras. De acordo com a mesma, isso não significa que desmereça os atos. Afinal, as medidas provisórias 434- 457 que propiciaram a transição do URV -mecanismo para uniformização de preços e contratos- para o Real foram bem sucedidas.

Quando existe muita inflação, o poder de compra cai. O empresário não consegue investir, a família não retém dinheiro e as contas governamentais ficam fora do controle. No momento em que o plano foi encaminhado, a inflação baixou de 47%, em maio de 1994 para 6,8% no mês em julho ( DE QUE ANO?), de acordo com dados do IBGE. Ela ficou ao longo do mesmo ano (QUE ANO?) no patamar de 3% e prevê-se o fechamento de 4,5% no ano de 2009.

O Real deve enfrentar um novo cenário com o crescimento dos países emergentes. Há uma expectativa que em 2050 o Yuan, moeda chinesa, seja a moeda de troca internacional. O deslocamento do consumo e DA produção para os PAÍSES DO BRIC’s (Brasil, Rússia, Índia e China) revigora as transações dos emergentes dependentes do dólar. “Os países europeus ainda não aceitam o Real, talvez esse preconceito ainda precise seja quebrado com o crescimento”, afirma Alfredo Meneguetti, economista da economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE).

O pacote de medidas monetárias controlou a hiperinflação brasileira dos anos 90 e mantém-se em vigor após três governos

O Mercosul caminha para uma união completa, inclusive monetária . Entretanto, os entraves culturais, estruturais e políticos dos países membros ainda o restringem a uma união aduaneira. “A União Européia só conseguiu a moeda única após 50 anos, o Mercosul nasceu em 19 91 e ainda tem muito a aprender”, diz o economista Meneguetti. O Brasil já faz trocas com a Argentina nas moedas locais satisfatoriamente.

Crescimento que não traduz desenvolvimento. Apesar da austeridade fiscal, desindexação e do controle monetário serem aplicados com o plano, a distribuição de renda no país não condiz aos avanços do poder do Real. A acumulação de capital nos fundo particular, os altos juros gerados por financiamentos internacionais além das medidas assistencialistas à pobreza, impediram o país de conceber um plano – realmente - estruturante.

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