sábado, 23 de janeiro de 2010

Literatura viva na Feira do Livro 2009

Chapeuzinho vermelho confessou preferir ser devorada pelo lobo a ser confinada às páginas da fábula. Durante as duas semanas da 55ª Feira do Livro de Porto Alegre, o público pode assistir as emoções das histórias através de 46 peças encenadas. As obras, majoritariamente infanto-juvenis, mantiveram os quatro armazéns do Cais do Porto lotados diariamente.

Apesar de o evento ocorrer em outubro, a parceria com as companhias de teatro começa em janeiro . O objetivo é mostrar para os gaúchos o cenário cultural da cidade em um espaço centralizado e de fácil acesso. Para citar algumas, Ameixa Fúscia Companhia Teatral, Companhia Espectral de Teatro e Companhia Alarde de Teatro participaram da feira relendo textos literários além de popularizar as peças autorais. O diretor da Oigalê Cooperativa de Atores, Hamilton Leite, apresentou a peça “Era uma vez uma fábula assombrosa”. O texto de Claudius Ceccon convida a pensar se queremos o progresso cheio de poluição e sujeira da atualidade. A plateia reflete sobre o tema com a ajuda de muita fumaça proveniente de combustão de óleos durante as cenas.Todos os sons do espetáculo são feitos ao vivo de acordo com a sensação do público, uma mistura da interatividade dos instrumentos com o canto e grito da platéia. O teatro é um mundo de sensações”, afirma Hamilton, há 10 anos na Oigalê. A montagem continua em cartaz durante o ano no Teatro de Arena.

. A coordenadora do Teatro Sancho Pança, espaço montado para receber peças voltadas à grupos escolares no Armazém B do Cais do Porto, Isabel Queiroz, explica que para assistir ao evento, as instituições de ensino devem se inscrever em março. “O importante de linkar o teatro com a literatura é mostrar às crianças, de uma forma lúdica, como a história pode se transformar e como elas também podem contar histórias”, acredita Isabel. Para ela, todas as formas de expressão são pontes para que os jovens continuem buscando a leitura.

Os holofotes da feira não foram exclusivos dos atores. O projeto Autor no Palco trouxe 17 escritores e ilustradores para o contato com estudantes. As escolas trabalharam as obras dos homenageados até a data do encontro, quando é aberto o espaço para debate. O patrono, Carlos Urbim, participou da sabatina e frisou que dar assas a imaginação independe da plataforma: “Saber contar uma boa história é o que importa. Eu quero contar que sai minhoquinhas de geléia dos buraquinhos da bolacha Maria e ver todo mundo rindo!”

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